sexta-feira, 27 de julho de 2012

Pesquisa explica porque tem gente que não engorda


Um grupo de dez voluntaries entra em um casulo para um teste esclarecedor: explicar a invejável figura do famosos “magro de ruim”. Aquela pessoa que come, come e não engorda.
Já parou para pensar porque tem gente que nunca fez dieta e está sempre magrinha? Será que tem algum segredo por trás disso? Fredrik Nystrom pesquisa obesidade há 17 anos e decidiu que já era hora de investigar esse pessoal que, como dizem por aí, é magro de ruim. Então convocou dez voluntários bem fininhos para um desafio.
Durante quatro semanas, comer o dobro das calorias que eles comeriam normalmente. Tudo liberado. Detalhe: exercício físico, nem pensar. A intenção era descobrir como o corpo deles reagiria a toda essa comilança. Mas o médico deixa claro: “Por questões de saúde, não vamos deixar que ninguém engorde mais do que 15% do peso atual. Seria antiético a gente deixar eles passarem disso”.
Todos são jovens, com peso médio de 65 quilos. E sabem que serão monitorados durante todo o projeto. Os homens têm em média 10% de gordura no corpo. Já as mulheres têm o dobro disso. Cerca de 20%. Segundo os médicos, essa diferença entre os sexos é absolutamente normal.
A experiência nem começou e uma das voluntarias já está nervosa. Para quem não está acostumado, se entupir de besteira, mesmo as mais gostosas, pode ser um pesadelo. Um deles começou animado. Já no primeiro dia, devorou dois pães de chocolate, empadão de carne de porco, pizza com maionese, milk shake, um pote de sorvete, dois hambúrgueres... e confessa: “Foi bem dificil”. Passou mal o dia todo.
Para cumprir a meta, Thomas só parou de comer para dormir. E quando chegou ao final da primeira semana, todos estavam ansiosos para subir na balança. Os homens foram os que mais engordaram.
Thomas, por exemplo, ganhou três quilos. E o peso do Leo aumentou 3% em uma semana. Mas tem gente que parece mesmo magra de ruim. Apesar de toda a comilança, o peso de dois voluntários praticamente não mudou. Aumentou 1,6% - metade do que os outros ganharam! Como é que pode?
Já Catherine só engordou um quilinho, mas ganhou 5% de gordura. E isso provavelmente aconteceu porque, sem exercícios, Catherine perdeu músculos. Então, apesar do ponteiro da balança quase não ter mexido, ela engordou bem.
Segunda semana! E dá-lhe comida! O pessoal já começa a sentir a diferença na cintura. Um deles ganhou quase quatro centímetros. “Vou ter que comprar calças novas”, brinca. Ok, já deu pra ver que até os magrinhos, com uma boa dose de esforço, podem ganhar peso. Mas se todos pesavam praticamente a mesma coisa e todos passaram a comer o dobro do que comiam, por que uns engordam tão mais do que os outros?
"Parece que quando essas pessoas muito magras comem mais, as calorias são usadas para acelerar o funcionamento do corpo. Não sobra gordura para ser armazenada”, explica o médico. Para a maioria dos mortais, a regra é outra. Quem explica é Doutor Philip Scherer, que há quase 15 anos estuda o comportamento das nossas células:
"Se comemos além da conta, as células de gordura do nosso corpo incham. E quando elas chegam ao limite, o corpo fabrica mais células desse tipo. A má noticia é que elas ficam no corpo para sempre. Podem até desinchar, mas não saem nunca mais."
Ou seja: quanto mais gordura a gente acumula, mais difícil é se livrar dela. E é na infância que essas células são produzidas com maior facilidade. Criança obesa tem mais chance de se tornar um adulto obeso.
Não por acaso, os voluntários desse estudo eram todos bem magrinhos quando crianças. Aliás, depois de quatro semanas comendo sem parar, vamos ver o que aconteceu com eles? De todos, quem mais engordou foi Thomas, que ganhou 6,5 quilos. Um aumento de quase 10%.
Mas tem gente que não mudou quase nada, como Martin! Para onde foi toda aquela comida? Quem tem a resposta é o endocrinologista Carél Le Ru, um dos maiores especialistas do mundo em hormônios ligados à fome.
Mesmo sem fazer exercício, ele ganhou músculos durante a experiência. E quanto mais músculos, mais energia o corpo gasta pra se manter. O que determina isso? Simples. A genética. Tem gente que nasceu para ser magra.
E tem mais: nesse estudo, os médicos constataram que cada pessoa tem um peso natural ao qual o corpo está habituado, seja ele acima ou abaixo do ideal. Se houver qualquer mudança muita rápida nesse peso, nosso corpo vai fazer de tudo pra voltar ao que era.
O corpo de Martin, por exemplo, fabricou músculos. E o de Thomas fez ele ficar enjoado, quando passava dos limites. Por essas e outras, um mês depois do fim do projeto, todos os voluntários tinham voltado ao peso original. Para os pesquisadores, a melhor maneira de chegar a um peso saudável é fazer isso aos poucos. De preferência, com exercícios e com uma dieta que você consiga manter para o resto da vida sem sofrimento.

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